Esta semana apresento-vos a Maria Antunes, uma professora de 33 anos de Coimbra, que também é artista e nos surpreende com as suas originais criações.
- Como surgiu o teu interesse pelo artesanato?
Não lhe chamaria “interesse pelo artesanato”, talvez paixão por peças criadas à mão com dedicação e amor. Eu não aprecio todo o tipo de artesanato, só aquelas peças que eu vejo que foram criadas de uma forma especial. Quando era pequena, a minha mãe fazia as minhas roupas, as das minhas irmãs e algumas dos meus irmãos. Eu passava muito tempo de volta dela, a vê-la a cortar moldes e costurar à máquina. Quando tinha por volta de 7/8 anos já conseguia coser, umas vezes bem, outras mais ou menos. Gostava de inventar roupas para a minha boneca. Também aprendi, com ela, a fazer tricot. Crochet e bordado aprendi com as minhas avós, que eram muito prendadas. A minha avó paterna era muito habilidosa, fazia colchas, cortinados, etc, em renda e sempre com desenhos magníficos. Também sabia bordar muito bem, e ensinou-me a fazer vários pontos. Sempre gostei de experimentar novas técnicas e novos materiais, de saber quais são as potencialidades e as suas utilizações possíveis. Gosto de saber fazer, independentemente de utilizar ou não esses conhecimentos.
- Qual a origem dos nomes das tuas criações?
Tenho vários nomes, para vários produtos que crio: Pimpopins, Pimpys, Pimpolhices, Pimpodolly... começam todos por PIMP, porque originam todos do nome carinhoso de PIMPolha. Gosto do nome pimpolha, faz-me lembrar uma criança pequena que é reguila e que faz pequenas asneiras.
- De onde vem a tua inspiração?
A inspiração vem de todo o lado. De um papel no chão, de um café com amigos, de um céu estrelado... é preciso é estar atenta.
- Fazes diferentes tipos de artesanato (crachás, bonecos), assim como ilustração e fotografia... há alguma destas criações por que tenhas especial preferência?
Não sei se os crachás podem ser considerados artesanato, ainda é uma questão que tenho que estudar. Para ser sincera, tenho fases. Há alturas que só me apetece fazer bonecos, até já não conseguir agarrar na agulha. Há outras que só me apetece andar com a máquina fotográfica e fotografar tudo e mais alguma coisa. A minha sorte é que normalmente estas fases são de curta duração e então fico com tempo para fazer tudo: bonecos, crachás, ilustração e fotografia.
- Dedicas muito tempo ás tuas criações? Como é a tua rotina diária?
O grande problema é que a minha vida profissional não me permite ter muito tempo para me dedicar às minhas criações. Mas considero esta paixão como um bom anti-stress. Como Professora, tenho uma rotina um bocado agitada, quase sempre rodeada de pessoas (colegas e alunos), ou agarrada ao computador, por isso, dedicar nem que seja meia hora a fazer crachás ou a ilustrar, é um elixir renovador de forças, boa disposição e sorrisos.
- Porque é que achas as pessoas que apreciam o teu trabalho?
Pode haver diversas razões. Podem ser meus familiares directos, ou serem meus amigos... :-) Talvez por serem feitos à mão, para ser sincera nunca pensei muito nisso. Eu gosto de fazer peças com dedicação e que me agradem, eu tenho que olhar para elas e pensar: “Gosto tanto de ti!”... se calhar é essa a mensagem que as minhas peças passam aos outros... feitas com amor.
- Planos para o futuro?
Ui, tenho sempre muitos planos e projectos para o futuro, mas acabo sempre por pensar: Quem sabe, um dia! :-) A minha preocupação é sempre concretizar os projectos do presente.
Podem ver mais criações da Maria no seu album Flickr e nos seus blogs que mencionei acima!
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